Em seu romance de ficção científica Os Robôs, de 1957, Isaac Asimov inventou um mundo, Solaria, no qual uma população de humanos vive em enormes propriedades, atendida por dezenas de robôs. O ambiente social de Solaria é algo parecido com o de um romance russo do século 19. Solarianos desenvolveram um grande tabu contra qualquer tipo de aproximação física. Assim, nunca chegaram a ocupar o mesmo quarto ou mesmo se tocaram. Qualquer relação sexual entre eles assumia a forma de "telepresença holográfica", uma espécie de conferência 3D. Então, ao invés de se visitarem, os solarianos participavam do que chamam de "visualização". Como todas boas obras de ficção científica, a de Asimov refletia tanto a era dele quanto a de qualquer futuro remoto. Escrevendo no final dos anos 1950, ele assistiu às consequências da produção e distribuição automatizadas aliada às telecomunicações ─ em outras palavras, uma diminuição constante no número e duração dos contatos pessoais que uma pessoa teria que fazer durante qualquer dia. Mas quanto o nosso próprio mundo se tornou como Solaria na segunda metade do século?
Fonte: BBC Brasil - 11/02/2015
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