terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Por Alfredo Fonceca Peris

Antes de qualquer outro indicador, há quem considere a capacidade de geração de caixa e a força de caixa um dos principais fatores de avaliação de uma empresa. Tão importante quanto dispor de edificações, máquinas e equipamentos, veículos, estoques de matérias primas, nível tecnológico, domínio de processos produtivos, mercado, equipe de pessoal treinada e capacitada, é dispor de uma importante parte do capital envolvido no negócio sob a forma mais líquida, ou seja, em dinheiro, no caixa. Somente quem agir assim, conseguirá manter todos os itens citados anteriormente, no presente e no futuro.

Numa economia como a brasileira, com moeda estável e com taxas de juros altíssimas, a gestão dos recursos financeiros se constitui numa das melhores ferramentas para a manutenção e o crescimento de uma empresa. Receber e pagar contas deixou de ser uma tarefa menor e relegada a um segundo plano, como se fosse uma tarefa que qualquer pessoa possa fazer. As empresas precisam de gestores financeiros e não mais somente de encarregados do departamento financeiro que fazem tarefas meramente burocráticas.


Outra tarefa imprescindível é fazer as informações sobre recebimentos e pagamentos chegar a todos os diretores, preferencialmente, no máximo até o meio dia do primeiro dia seguinte ao ocorrido. E para isso, é necessário fechar o caixa todos os dias, emitir relatórios, o diretor financeiro conferir todos os pagamentos, vistar o caixa e disponibilizar cópia – que seja em meio eletrônico, para todos os diretores e, em algumas organizações, até para os encarregados gerais.

Há empresas em que o caixa é uma “caixa preta”. Somente o financeiro e um grupo restrito de pessoas têm acesso. A leitura do que ocorreu na empresa no dia pode ser lida, se o departamento financeiro trabalhar de forma organizada, no final do mesmo dia.

As informações mais preciosas sobre as atividades das empresas estão no caixa. E por quê? Simplesmente porque tudo que é bem feito reflete no caixa de forma positiva. Tudo que é mal feito, reflete no caixa de forma negativa. Esse reflexo tanto pode gerar desembolsos de recursos imediatos quanto pode gerar redução de receitas futuras em virtude do descontentamento que pode atingir funcionários, fornecedores e clientes. Ou pode gerar desembolsos necessários no futuro por gerar algum estrangulamento de algum processo.

É comum encontrar empresas de porte médio e até grandes, para os padrões regionais, principalmente empresas familiares, onde sequer o caixa é fechado diariamente. Se o caixa não é fechado, não se tem nem idéia de quanto dinheiro sobrou, em média, ao longo do mês no caixa. Não se tem como medir se o valor do capital da empresa em termos monetários é suficiente ou não.

Por conseqüência, o setor contábil terá dificuldades enormes para fechar seus balancetes bem como para apurar os tributos a serem pagos e, consequentemente, pouco poderá ajudar na gestão da empresa. Atualmente, o setor contábil deixou de ser uma mera formalidade para passar a ser uma importante fonte de informações tanto para decisões no tocante ao planejamento fiscal quanto para a gestão da empresa no todo em seu dia-a-dia. E sem o fechamento do caixa, o setor contábil perderá a oportunidade de corrigir distorções na fonte.

Com o caixa fechado diariamente, assim que termina o mês é possível listar todas as despesas por grupos e fazer uma apuração do resultado antes mesmo da contabilidade fazer seus demonstrativos. Essa apuração serve como uma imprescindível fonte de informações que permite verificar os setores pouco eficientes e aqueles onde o nível de erros está acima da média. A partir desse diagnóstico, corrigir distorções e organizar a empresa como um todo se transforma numa tarefa extremamente facilitada.

Se a empresa tem um software completo e não tem pessoas treinadas para manter alimentadas todas as informações que permitam o fechamento do caixa diariamente, é preferível implantar um software somente para o caixa e ter o re-trabalho de lançar novamente o caixa no sistema geral em outro momento, mas não abrir mão de fechar diariamente o caixa e emitir o relatório mensal tão logo termine o mês.

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