A baixa oferta de animais tem levado os preços da arroba do boi gordo a níveis recordes. A valorização, somada ao desaquecimento do mercado interno e à queda na demanda de grandes importadores, esmagou as margens da indústria frigorífica, ameaçando empresas de pequeno porte, que já começam a fechar as portas. Por outro lado, o aumento de custos, que vinha sendo parcialmente represado, começa a ser chegar ao comércio e à mesa dos brasileiros. A disparada nos preços decorre, sobretudo, da oferta escassa de animais neste ciclo. “A seca que tivemos no ano passado reduziu o peso médio da carcaça e afetou o processo de cria”, diz Sergio De Zen, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. “O resultado foi boi em menor quantidade e de pior qualidade.” A valorização da arroba corroeu as margens de comercialização da indústria frigorífica, uma vez que a compra do boi responde por mais de 80% do custo dessas empresas. “A margem bruta, representada pelo indicador comparativo entre os preços da carne desossada sobre o preço do boi gordo, recuou da faixa dos 15% a 20% para cerca de 1,5% a 3% no início de 2015”, diz Maurício Nogueira, especialista em pecuária da Agroconsult. De acordo com levantamento da consultoria, a margem bruta de abril, de 1,78%, foi a menor desde julho de 2008, quando o indicador ficou negativo em 5,53%. O impacto é maior nos frigoríficos de pequeno porte, como os que não exportam.
Fonte: Estadão - 13/04/2015
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