sábado, 13 de outubro de 2012

Volto para casa depois de um dia de trabalho e encontro minha filha, de pijama e toalha na cabeça, esparramada no sofá. Esparramada, mas não exatamente relaxada. Os pés descansavam sobre o braço de tecido acolchoado, mas as mãos e o cérebro trabalhavam com velocidade. Sem que ela tirasse os olhos do iPad, trocamos algumas palavras. Alguns dias antes, minha menina de 12 anos havia pedido para comprar, com meu cartão de crédito, um programa para ajudá-la a produzir vídeos no tablet. Em cima da cama, a montanha de álbuns da infância, recheados de fotos em papel, dava uma pista do projeto que a mantinha tão concentrada. A geração dela está exposta a um bombardeio sem precedentes de informações, de estímulos visuais, sensoriais, de luxo e de lixo. Por isso mesmo, essa geração desenvolveu uma capacidade incomum de ir direto ao ponto. De pinçar o que interessa. De selecionar, classificar, resumir. É econômica na linguagem e no uso do tempo, mas não perde de vista o alvo de interesse. É a geração dos olhos de lince.
Fonte: Época - Artigo - 13/10/2012

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