Políticos em Londres que vêm debatendo há anos a aprovação da construção de uma terceira pista no Aeroporto Heathrow podem achar uma visita a Zhengzhou - capital de uma província no interior da China que é pouco conhecida no exterior - uma experiência esclarecedora. Cerca de 20 mil operários estão trabalhando sem interrupção na construção de um segundo terminal e pista para o aeroporto da cidade, que devem ficar prontos para testes em dezembro - três parcos anos depois de o terreno começar a ser escavado. Até 2030, as autoridades esperam que os dois terminais e as planejadas cinco pistas atendam 70 milhões de passageiros por ano - movimento quase igual ao de Heathrow agora - e transportem 5 milhões de toneladas de carga, mais de três vezes o volume de Heathrow no ano passado. Mas as ambições do aeroporto de Zhengzhou são bem maiores do que esses números sugerem. Ele aspira a ser o centro de uma "aerotrópole" - uma cidade com quase sete vezes o tamanho de Manhattan em que o aeroporto não será um intruso barulhento em seu subúrbio, mas sim o seu núcleo. Seu perímetro abrigará instalações logísticas, institutos de pesquisa e desenvolvimento, centros de exposição e fábricas que ligarão a China central ao restante da economia global. O projeto incluirá casas e comodidades para 2,6 milhões de pessoas até 2025, cerca da metade das quais vive hoje na área urbana principal de Zhengzhou. Heathrow tem dificuldade de expandir por causa de escrúpulos dos londrinos, mas os planejadores urbanos da China não são perturbados por reclamações. Grandes projetos de construção raramente envolvem muitas consultas públicas.
Fonte: Estadão - 19/03/2015
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