As empresas da construção têm uma proposta para mudar a remuneração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Trata-se de uma tentativa das incorporadoras e construtoras de evitar o avanço do projeto apadrinhado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que elevaria o rendimento do FGTS, equiparando-o aos ganhos da caderneta de poupança. Como o FGTS serve de base para empréstimos para a construção e compra de imóveis, a indústria teme que a proposta de Cunha prejudique os financiamentos. Seria preciso elevar os juros cobrados dos empréstimos para que se pudesse aumentar a remuneração das contas dos trabalhadores no FGTS. As construtoras defendem que, em vez de igualar os juros da remuneração das contas aos da poupança, o Congresso altere a forma como é usado o superávit do fundo - ou seja, os ganhos anuais obtidos pelo FGTS com os empréstimos imobiliários. Hoje, esses ganhos engordam o patrimônio do fundo e são usados em novos empréstimos no ano seguinte. A proposta das empresas prevê que o lucro seja dividido ao meio, metade para engordar o patrimônio do fundo e a outra metade para os trabalhadores, como se fossem dividendos de uma aplicação financeira. O projeto da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) é chancelado por praticamente 80 sindicatos e associações patronais espalhados por todos os Estados e no Distrito Federal. Na sexta-feira, o presidente da Cbic, José Carlos Martins, pediu o apoio do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, à proposta. Ele também já conversou com dois ministros e com representantes dos bancos oficias.
Fonte: Estadão - 13/05/2015
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