O ambiente era repugnante. Antes mesmo de entrar no canteiro de obras, sentia-se o cheiro dos banheiros sem limpeza havia mais três meses. Os bebedouros estavam tão sujos que os trabalhadores passaram a levar água potável de casa. Por trás da operação que flagrou essa ausência de condições de trabalho em Itabirito, Minas Gerais, estava o auditor fiscal Marcelo Campos. A ação, liderada por ele e realizada em fevereiro, encontrou 309 pessoas submetidas a condições análogas à escravidão nas obras da maior produtora de minério de ferro do mundo, a brasileira Vale. “Era impossível respirar ali”, afirma Campos, que coordena o Projeto de Combate ao Trabalho Escravo no estado. Por meio de uma denúncia anônima, eles souberam que os funcionários eram submetidos a jornadas exaustivas, condições degradantes e foram vítimas de fraudes e promessas enganosas. Embora fossem empregados de uma empresa subcontratada, a Ouro Verde, os auditores consideraram a terceirização ilícita e autuaram a Vale por 32 infrações trabalhistas. “Quando vamos a campo, percebemos que as irregularidades têm relação com o processo de terceirização, é comum vermos empresas que querem economizar oprimindo os direitos dos trabalhadores”, diz Campos. Em 2014, 1.590 pessoas foram resgatadas em 149 operações de fiscalização como a descrita acima.
Fonte: IstoÉ - 13/03/2015
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