O último barão da indústria

A morte de Antônio Ermírio de Moraes no domingo 24, aos 86 anos, cessa um período fascinante da história empresarial brasileira. Enquanto no mundo de hoje as marcas se tornaram mais fortes do que os rostos por trás delas, Antônio Ermírio firmou-se em seu tempo como o último de uma linhagem de industriais que transcenderam a imagem de suas próprias empresas. À frente do Grupo Votorantim, o quinto maior conglomerado da América Latina, líder na produção de cimento no Brasil e um dos maiores fabricantes mundiais de celulose, este paulista de hábitos simples e capacidade descomunal de trabalho conquistou a admiração de empresários, banqueiros e políticos – mas não só deles. Na condição de mantenedor e administrador do hospital Beneficência Portuguesa, onde deu expediente por quase 40 anos, Antônio Ermírio foi estimado também pelos mais pobres, que puderam desfrutar de atendimento médico de qualidade sem pagar um centavo por isso. “A personalidade de Antônio Ermírio foi marcada pela combinação virtuosa de simplicidade, humildade e generosidade”, escreveu, em um artigo publicado no jornal “O Estado de S.Paulo”, o professor da USP José Pastore, autor da biografia do empresário.

Fonte: IstoÉ - 29/08/2014

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