Jano era o deus de duas faces da mitologia romana. Uma face olhava para o passado, e a outra, para o futuro. Quando uma mentia, a outra dizia a verdade — e, assim, um interlocutor jamais obtinha uma resposta assertiva para perguntas como: afinal, estou certo ou errado? Por séculos, Jano foi uma figura popular na cunhagem de moedas de bronze — que, como ele, têm dois lados. E é até hoje invocado para designar situações ambíguas, em que as dúvidas se sobrepõem às certezas. É exatamente assim o Brasil de hoje.
Fonte: Exame - Economia - 20/03/2013
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