
Foi quando o preço da saca de soja rompeu pela primeira vez na história a barreira dos R$ 55, na segunda quinzena de junho, que os moradores de Cascavel, no Oeste do Paraná, começaram a se dedicar com mais afinco à arte da adivinhação. É difícil encontrar por lá quem não tenha um palpite firme sobre o preço da soja. Há aqueles que dizem que a saca vai passar dos R$ 100,00, os que garantem que ela volta para a casa dos R$ 40,00 em poucas semanas e há ainda aqueles que apresentam diferentes e contraditórios palpites, de acordo com complexos cenários climáticos e geopolíticos. Tamanho interesse tem óbvias razões econômicas. Cascavel e muitas das cidades dessa pujante região do Paraná vivem quase que exclusivamente da soja. Por meio dela, movimentaram algo como R$ 50 bilhões no ano passado seja plantando o grão, seja usando-o como componente essencial para engordar os cerca de 440 milhões de frangos que foram abatidos por ali em 2011. Até o início desse ano, produtores e consumidores de soja viviam uma espécie de equilíbrio lucrativo. Mas com a explosão dos preços, desde que ficou claro que a quebra da safra americana seria recorde por conta da maior seca a atingir o país nos últimos 50 anos, tudo mudou em Cascavel. Agora, a soja que enriquece parte da população também está levando uma parcela importante do Oeste do Paraná à uma crise que era desconhecida para a região.
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